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Dia 19 de novembro) é comemorado o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. A data foi idealizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de valorizar a representatividade das mulheres no mundo dos negócios. Várias mulheres são referência no mercado pela capacidade de desenvolverem ideias, colocarem a mão na massa e conquistarem resultados. Precisamos dar conta de uma dupla jornada, da família inteira, da casa, do carro, da nossa mobilidade e saúde emocional para resolver tudo isso. “Mas não há nada melhor do que uma mulher empreendedora, empoderada e feliz pelo prazer de conduzir a própria vida”, afirma Bete Carriço, empreendedora de dois negócios da comunicação, Diretora de Redação, sócia e idealizadora deste Portal AutoMulher .
Segundo dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), realizada pelo IBGE, mostram que cerca de 9,3 milhões de mulheres estão à frente de negócios no Brasil e que em 2018 elas já eram 34% das “donas de negócio”.
O GEM (Global Entrepreneurship Monitor), que é a principal pesquisa sobre empreendedorismo no mundo, com dados de 49 países, mostrou, em sua última edição (2018), que o Brasil ficou em sétimo lugar no ranking de proporção de mulheres à frente de empreendimentos iniciais (menos de 42 meses de existência).
Conheça casos de sucesso de mulheres que decidiram empreender.
Dentre elas a história de Cleusa Maria da Silva é um desses exemplos de superação e empoderamento feminino.
Desde criança teve que enfrentar o mundo com força e coragem, passando por diversos desafios, até realizar todos os seus objetivos.
Tudo começou em um imóvel de 20 m² em Salto, interior de São Paulo; era o ano de 1997, e Cleusa estava, então, tendo a oportunidade de abrir seu negócio, ainda que muito tímido, mas, até chegar esse dia, as coisas foram bem difíceis para ela.
De família pobre, Cleusa trabalhou como boia-fria – foi cortadora de cana – e depois empregada doméstica. Mas foi como funcionária de uma empresa que veio a oportunidade. A mulher do patrão fazia bolos para fora e, quando teve um problema de saúde, pediu para Cleusa ajudá-la, até que acabou por parar com a venda de bolos e deixou que Cleusa continuasse o negócio.
E foi fazendo bolo, que levava aos clientes a pé, e aprimorando a receita, com a ajuda de sua mãe, que Cleusa conseguiu abrir o pequeno espaço em Salto. Ali, logo colocaram à venda, também, as balas de leite Ninho cuja receita foi aprendida em um programa de TV.
Juntou o sucesso das balas com o dos bolos, que foram ficando cada vez mais aprimorados e o negócio foi crescendo. Quatro anos depois, mudou o empreendimento para um espaço de 80 m², quatro vezes maior do que o primeiro.
Tendo como sócios irmãos e ex-funcionários, foi abrindo outras lojas, em cidades próximas como, Sorocaba, Americana, Itu e Indaiatuba. Dez anos e muito trabalho depois, a Sodiê Doces virou franquia, em 2007, termo que Cleusa nem sabia o que era quando um cliente a questionou sobre o assunto. Mas foi atrás para saber do que se tratava, fez cursos e pesquisas durante cinco anos e abriu a primeira, em São Paulo, pelas mãos justamente desse cliente.
A marca possui atualmente mais de 316 lojas abertas no Brasil e duas unidades na cidade de Orlando, nos EUA. Em seu cardápio há mais de 100 variedades de sabores e uma linha Zero Açúcar especial.
“Minha história é a da luta pela sobrevivência, por uma vida melhor para a minha mãe, para minha família. Não foi sorte, foi trabalho dia após dia. Toda mulher que persistir e batalhar pelo que quer pode chegar lá”, afirma Cleusa.
Apesar de representarem um pouco mais da metade da população brasileira (51,8%), de acordo com a PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE, somente 34% dos negócios possuem “donas” mulheres, segundo o Sebrae. Os outros 66% dos negócios possuem donos homens.
No cenário de startups, que são empresas inovadoras que possuem negócios escaláveis, a participação feminina é ainda menor. De acordo com o Startupbase, a base de dados da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), o país só possui 16% de participação feminina nesse mercado, contra 84% de homens. Ainda segundo a Abstartups, apenas 12,6% das startups brasileiras foram fundadas por mulheres.
Cláudia Galvão, fundadora e CEO da startup de scent tech Noar, responsável pela criação da inovadora tecnologia de “cheiro digital”, faz parte das estatísticas e é uma das poucas mulheres a liderar uma empresa nesse formato no país.
Antes de finalizar a tecnologia de cheiro digital, que permite que consumidores possam experimentar fragrâncias de uma maneira revolucionária e intuitiva a partir de um dispositivo digital, Cláudia conta que superou vários obstáculos.
“Foi bastante complicado para achar uma forma que o projeto avançasse, até porque eu não tinha nenhum investidor no começo. A ideia era ousada e, só foi para frente por causa da luta que eu travei e da confiança que eu tinha de que tudo daria certo”, diz.
Segundo o Sebrae, apesar de serem menos inadimplentes que os homens (3,7% contra 4,2% de empresários homens), as empresárias mulheres pagam taxas de juros maiores (34,6% contra 31,1% de empresários homens). Por estarem à frente, na média, de negócios menores, as mulheres também recebem menos investimentos e têm menor acesso às linhas de crédito mais vantajosas.
Cláudia conta que chegou a buscar investidores fora do Brasil para sua startup e, em um desses lugares, descobriu que uma das alegações para que o projeto do cheiro digital não tivesse sido selecionado para receber investimentos, era que uma empresa liderada por uma CEO mulher “não passava muita confiança”.
“Além das dificuldades profissionais, que são naturais no mundo corporativo, eu precisei lidar com o preconceito. Esse acontecimento foi bastante chocante, mas eu consegui superar com o meu trabalho para mostrar que, sim, era possível”, afirma.
Depois de Cláudia perseverar na captação de investidor, a Noar recebeu investimentos de uma empresa brasileira que é uma das maiores do setor de embalagens de vidro no mundo, a Wheaton.
Tecnologia inovadora na mão de outras mulheres
A solução do cheiro digital chegará inicialmente no setor de perfumaria e o primeiro cliente é a Natura, que disponibilizará em breve no mercado brasileiro e América Latina a tecnologia. O dispositivo que estreará o cheiro digital é o “MultiScent 20”. Ele possui soluções como inteligência artificial, Big Data e conectividade via bluetooth, que possibilita a comunicação entre ele e aparelhos como smartphones e tablets. Essa comunicação faz com que os usuários escolham uma fragrância, através de um aplicativo, e testem o cheiro que é emitido pelo dispositivo. Além de mais higiênico, o cheiro digital permite a experimentação de vários perfumes em sequência, sem confundir o cérebro.
Além do setor de perfumaria, a Noar https://noarbrasil.com.br/ trabalha em produtos e experiências que utilizam cheiro digital para áreas como marketing, jogos, alimentos, segurança e mais.
Histórias de mulheres empreendedoras inspiram, como é o caso da Rosana Braem, que deixou a carreira estável em uma emissora de televisão brasileira para se tornar freelancer e ressuscitar uma paixão: produzir brownies e cookies. De pequenas e médias encomendas, logo Rosana sentiu a necessidade de alugar um espaço que funcionou como seu ateliê. Com o ritmo fluindo, inaugurou o Bendito em 2009, em Copacabana. Com apenas 28m², a simpática loja já funcionava com sua marca bem formatada, unindo estética à qualidade excepcional. Em 2014, instalou-se em um espaço maior, de 150m² no mesmo bairro e, num intervalo de apenas quatro anos, abriu mais quatro lojas. Foi ao abrir a quinta, que a empresária decidiu entrar no franchising, unindo-se à rede Espetto Carioca.
Quem também abdicou de uma carreira estável no setor público para se lançar ao empreendedorismo foi Regina Jordão, CEO da rede de depilação Pello Menos. O começo na área, quando auxiliava um amigo médico, parecia mais tranquilo, até o marido ser desligado do trabalho e a necessidade bater a porta. Foi então que criou um centro de depilação em 1996, contrariando as projeções pessimistas de quem dizia que as mulheres no Rio de Janeiro não precisavam do serviço. De boca em boca e muita panfletagem, Regina mostrou às cariocas o produto de excelente qualidade que desenvolveu com uma amiga e que ameniza a dor e agiliza todo o processo. Não é a toa que o negócio que começou com investimento de R$ 40 mil alcançou um faturamento de R$ 46 milhões em 2019 e hoje tem mais de 50 lojas.
E foi a necessidade que fez o negócio da Paula Machado sair do papel. Dentista por formação, precisava de uma solução segura e eficaz de esterilização do consultório odontológico que, em meio a pandemia do coronavírus, continuava operando. Foi então que a startup Meister Safe ganhou vida por meio das mãos dela e de mais dois amigos. Através de raios UV-C, aliada ao uso de tecnologia, a empresa desenvolve soluções customizadas e individuais de esterilização de ambiente. O que a princípio seria apenas para utilização própria, tornou-se uma ideia de negócio. Hoje, eles também oferecem uma solução para ser acoplada aos aparelhos de ar condicionado e reduzir a transmissão do Sars-Cov-2.
Já Camila Miglhorini criou o Mr Fit em 2013, a primeira rede de alimentação saudável a utilizar o conceito de fast food no Brasil. Saindo de uma reunião após o almoço, percebeu a dificuldade de encontrar um local com comida saudável e viu aí uma lacuna no mercado. Já experiente no ramo, formatou o negócio para operar por meio de franquias, com valores acessíveis e rentáveis. Vendeu o carro e apostou no sonho do negócio próprio. Hoje, comanda bem de perto as mais de 376 unidades distribuídas em 17 estados brasileiros. Durante a pandemia do coronavírus, para ganhar capilaridade, reduziu em cerca de 75% o valor de investimento dos modelos de negócios oferecidos pela sua rede e vendeu cerca de 190 novas franquias.
A necessidade também foi o motivo que impulsionou a criação da Casa de Bolos. Aos 74 anos, Sônia Maria Napoleão Ramos, ou simplesmente ‘Vó Sônia’, como é carinhosamente chamada, hoje colhe os frutos de uma atitude tomada em 2009. Quando Rafael Ramos, o filho caçula, perdeu o emprego, a família viu-se obrigada a encontrar uma maneira urgente de complementar a renda e fechar as contas do mês. A ideia de fazer os bolos caseiros e sair vendendo pela redondeza ganhou não só as ruas de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, como pessoas que passaram a encomendar as iguarias e fazer o “boca a boca”, a propaganda mais eficaz do mundo. Hoje são 370 unidades e 10 anos de história.
Há 10 anos construindo sua própria história está Melina Alves, fundadora e CEO da DUXcoworkers. A jovem que saiu de Passos, interior de Minas Gerais, aos 17 anos com vontade de transformar vidas, adentrou no universo do UX, que significa User Experience, por meio da publicidade, quando veio estudar em São Paulo. Encantada com o poder do ‘bom uso’ da tecnologia, Melina rapidamente se destacou na área digital e, envolvida com o tema, desenvolveu junto com a agência em que trabalhava o primeiro app de realidade aumentada. Estudando e investindo todo o tempo possível em sua capacitação e consolidando seu nome no mercado, tornou-se pioneira no Brasil a profissionalizar o tema, criando a primeira consultoria e coworking de UX.
Enquanto umas transformam vidas de pessoas, outras transformam vidas de bichos. Foi assim com a Alexandra Gimenez, que sonhava em ter um espaço bem grande para poder socorrer os pets de rua e outros animais que precisassem de ajuda. O sonho de infância a motivou a criar um negócio: a AmahVet, uma clínica veterinária que reúne consultórios, centro cirúrgico, laboratório próprio com tecnologia de ponta e farmácia. Com boa gestão e controle de estoque, as consultas são realizadas por um preço acessível e podem ser parceladas em até 12 vezes, para proporcionar um atendimento digno a um número maior de animais de estimação. A clínica funciona há três anos, no bairro do Tatuapé, na zona leste da capital paulista e conta com mais de 10 diferentes especialidades veterinárias.
De acordo com pesquisa realizada pelo SEBRAE, 71% das mulheres durante a pandemia, inovaram e utlizaram as redes-sociais, internet e aplicativos para movimentar seu negócios, oferecer serviços e/ou vender produtos. Isso mostra que apesar dos percalços, muitas vezes uma jornada dupla entre trabalho e tarefas de casa, as mulheres se sobressaíram em relação aos homens, que mostra que somente 63% deles utilizaram essas ferramentas.
De acordo com Jacqueline Phillips, diretora global de marketing da amoCRM, que se considera parte dessa revolução feminina no mundo corporativo, é cada vez mais importante tratar do assunto muito além de data comemorativas, mas de ações no cotidiano corporativo oferecendo melhores oportunidades e ferramentas. “A Covid provou mais uma vez que as mulheres são uma força imparável e as mulheres brasileiras. então, nem se fala. Quando decidimos expandir para o Brasil, ficamos impressionados com elas que, mesmo em face de uma pandemia global, estão lançando mais projetos e abrindo mais negócios do que nunca”, afirma.
A amoCRM chegou recentemente no Brasil e vem democratizando o acesso de empreendedoras e empreendedores Brasil afora a uma ferramenta completa de CRM, intuitiva e bem acessível. “Como uma mulher da tecnologia, sou muito grata àquelas que abriram o caminho antes de mim. Não devemos esquecer o que elas passaram para nos dar as oportunidades que temos hoje e atualmente podemos retribuir e oferecer o que há de melhor para apoiar as mentes mais inovadoras do mercado”, completa Phillips.
Saiba mais sobre a pesquisa aqui.
Estética nos negócios
Fundadora da Mais Top Estética, franquia de serviços estéticos com tecnologias avançadas, a fisioterapeuta Natalia Ribeiro reúne habilidades profissionais aliadas ao desejo de fazer a diferença na vida das pessoas – sejam clientes, fornecedores ou franqueados. Formada pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), ela criou um conceito de empresa que saiu de uma pequena sala de 20 metros quadrados, em Cruzeiro, no Interior Paulista, para uma rede com mais de 130 unidades no país.
Com especialização em dermato-funcional e certificações obtidas no Brasil, no Chile e na Espanha, a criadora da Mais Top Estética introduziu técnicas inovadoras e cientificamente comprovadas nos mais diversos procedimentos. “Temos uma cultura de comemoração de resultados e por estarmos transformando vidas. Quando os franqueados fazem venda de pacote ou de um atendimento, não estão vendendo apenas um produto de estética, mas um resgate de autoestima”, reforça Natalia.
Sorriso para todos
Após se conhecerem durante o curso de Odontologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Cláudia Consalter e Ana Lúcia Massi fundaram, ao lado de outros três colegas de faculdade, a OrthoDontic, maior rede de ortodontia do País. A ideia de abrir o próprio negócio veio, na época, da inconformidade com o mercado, pouco acessível para a população em geral e com muitos entraves para os profissionais – que precisavam se equilibrar entre os atendimentos e gestão do consultório, sem conseguir dar atenção suficiente a nenhuma das frentes.
“Buscamos mudar as nossas próprias vidas à medida que transformamos as vidas de outras pessoas. Oferecemos um tratamento de qualidade, com excelência em atendimento e acessibilidade, para que um sorriso saudável seja direito de todos”, afirma Claudia, que atua como Diretora de Marketing e Operações da rede. Junto à Ana Lúcia, Diretora Financeira, encabeçou, entre diversos outros projetos, uma das maiores realizações da marca em 2018. A dupla foi a grande responsável pelo desenvolvimento da Plataforma OrthoDontic de Gestão de Pessoas que permite avaliar candidatos e colaboradores, treina-los e desenvolver o capital humano das unidades da rede.
Com foco em despadronizar a imagem e mostrar que cada pessoa é dona de seu estilo, a Sócia-Diretora da Ecole Brasil, Vandressa Pretto, fala sobre empreendedorismo feminino, quebra de estigmas, preconceitos, entre outros assuntos. Vandressa sempre entendeu que imagem, mais do que vestir, é “sentir”.
Traduzir a personalidade em imagem pessoal, entender as nuances da comunicação não verbal e seus impactos sempre permearam o universo de seus estudo e trabalho. Foi com essa sendo a sua principal crença, que consolidou toda a sua trajetória profissional, que iniciou como estilista e se perpetua como consultora de imagem, e empresária a frente da Ecole Brasil e sua expansão.
“Está no nosso DNA questionar modelos e trabalhar com aquilo que acreditamos. É fato que o comportamento das pessoas não é mais o mesmo daquele de 20 anos atrás. O profissional que atua com consultoria de moda e imagem precisa estar atento às latentes demandas e, muitas vezes, ser disruptivo e questionador em relação ao aprendizado obtido lá nos primórdios da profissão. Hoje, vemos o indivíduo de uma forma geral focando mais em seu desenvolvimento pessoal, uma busca de auto aceitação independente de padrões impostos, onde ele acaba reivindicando por um processo em que sua beleza, seus gostos e identidade sejam enaltecidos”, diz ela.
Também contamos a história de empreendedoras brasileiras que precisaram se reinventar na pandemia. Para isso a Ely Ribeiro, também empreendedora, criou uma rede social que é um espaço seguro para essas mulheres trocarem experiências e fazerem networking: a Donadelas.
“Nossa rede está disponível a qualquer mulher que deseja divulgar seu trabalho e fazer networking. Um espaço seguro para que troquem experiências e se ajudem na pesquisa de tendências ou ideias”, afirma a CEO.
Como a pandemia afetou as empreendedoras
Um estudo realizado pela World Business Angels Investment Forum (WBAIF), concluiu que uma das principais dificuldades de 30% das empreendedoras entrevistadas foi lidar com tecnologia e inovação na pandemia.
A empresária Ana Paula Sobrinho, dona de uma loja de moda renomada no Pará é uma delas. As compras de sua loja eram feitas exclusivamente de forma presencial. “Eu ofereço às minhas clientes uma experiência completa quando visitam a loja e prezo até hoje por isso. Com a quarentena, precisamos readaptar e começar a vender online por redes sociais e delivery”, relata Ana.
Apesar da necessidade de adaptação, segundo a pesquisa da WBAIF, pouco mais de 40% das entrevistadas afirmaram ter tido seus negócios afetados positivamente. Ana Paula está dentro dessa estatística: “com as vendas online melhorei a lucratividade e em outubro já ultrapassei a receita de antes da pandemia”.
Tecnologia é o novo normal
Para a contadora e empreendedora Vânia Trindade, a tecnologia é fundamental desde antes do surto de Covid-19. “Implementei um sistema digital na contabilidade. Além disso, meses antes da pandemia, troquei os computadores velhos por notebooks e armazenei todos os documentos em nuvem. Quando tudo aconteceu, já estávamos mais preparados e pudemos atender nossos clientes com rapidez e qualidade”, afirma.
Outra aposta tecnológica para as empreendedoras é estar presente nas redes sociais e na internet. “Estar conectado é uma nova forma de estar disponível e alçar novos mercados. O novo normal para as empreendedoras é estar presente nas redes sociais para impulsionarem seus negócios”, afirma Ely Ribeiro, fundadora da rede social Donadelas.
Outra ideia interessante foi pensar a arte como terapia e empreendedorismo em tempos de pandemia. Mayara Rodrigues dedica o seu tempo em ensinar outras pessoas para que possam aprender desde os primeiros passos e então aprimorar técnicas de desenho, oferecendo também mais opções de estilos e traços. “Quando eu adquiri interesse nessa área, não existia essa opção na minha cidade e, mesmo que houvesse, eu não teria condições de pagar. Então, eu recorria a revistinhas que eram vendidas em bancas de jornal. Como eu aprendi, decidi compartilhar esse conhecimento com quem aprecia essa arte”, diz ela.
Não é necessário investir um alto valor em materiais para começar. Na verdade, o recomendado é usar os mais simples que é o próprio lápis, lápis de cor e, e claro, papel. Utilizar materiais diferentes pode ser um incentivo, mas também pode prejudicar o aprendizado justamente por ser algo novo. Com o tempo, e experiência, pode ser interessante ousar e colocar produtos mais caros nos desenhos.
Mayara possui mais de 100 mil alunos no Brasil e no mundo, e mais de 1 milhão de inscritos no Youtube. Ela descobriu que sua missão é reacender este sonho, que muitas pessoas tinham e torná-lo uma realidade. Depois de anos, Mayara teve a nítida percepção de que métodos tradicionais de ensino causavam frustração e desistência. Foi então que a sua jornada para desenvolver um método realmente inovador e inspirador começou. A professora está focada em sua missão de ajudar mais de 200 mil pessoas até 2025 a realizar este antigo sonho que é aprender a desenhar, mesmo se não nasceu com o “dom de desenhar”. Para saber mais, acesse https://metodofanart.com.br/
A presença feminina já é uma realidade em espaços que antes eram negados, mas apesar das mulheres estarem presentes em diversos setores, ainda há um longo caminho a ser percorrido, é o que afirma Pâmela Basso, empreendedora e especialista em Negócios Digitais. “Historicamente, as mulheres sempre empreenderam por necessidade em áreas ditas femininas e, hoje, todas as áreas são femininas, não existe mais esta divisão”, afirma.
Segundo a especialista, as mulheres são empreendedoras natas porque sempre buscam soluções para os problemas, além de serem muito intuitivas e inovadoras. “Vemos um avanço em mercados ‘masculinos’, como o financeiro, fintechs, tecnologia (20% são mulheres neste mercado) e muitos outros. Quando vemos mulheres como a Luiza Trajano, do Magazine Luiza, por exemplo, vemos como elas podem ser protagonistas da sua história e que empreendem, com suas características e vocações, e trazem com isso um grande poder de representatividade”, ressalta Pâmela.
Neste ano, com a pandemia ocasionada pela COVID-19, resolveu expandir ainda mais seus conhecimentos no empreendedorismo e co-fundou o Empreenda Tech, o primeiro Hub de soluções em negócios digitais, oferecendo mentorias e uma trilha de conhecimento para inclusão e transformação digital para micro e pequenas empresas. “Só será possível incentivar outras mulheres empreenderem se nos unirmos e buscarmos em outras mulheres maior força de representatividade e união”, comenta Pâmela Basso, empreendedora e especialista em Negócio Digitais.
Negócio social muda forma de empreender e impacta socialmente às mulheres
O negócio social não pode ser identificado como uma Organização sem fins lucrativos (ONG), nem Terceiro Setor e nem como um setor da economia tradicional. A especialista Pâmela Basso explica que com a startup Oi Caixinha mudou a sua visão como empreendedora. Segundo ela, no negócio social o foco já não é mais o lucro e sim faturamento para a sustentabilidade do negócio e, desta forma, impactar mais pessoas com o trabalho realizado. “Quanto mais faturamento eu tenho, mais eu consigo investir em desenvolver atividades, metodologias. Hoje trabalhamos com crianças com autismo e síndrome de Down, mas queremos ampliar para crianças com outros tipos de deficiência”, explica Basso, que ressalta que “o único futuro possível é ter negócios mais éticos para ter uma sociedade mais ética e garantir nossa existência aqui no planeta. Visar impacto e menos lucro para todos e sim mais lucro social. Inclusive voltado à mulheres”.